A felicidade está no caminho, não no destino

Quantas vezes você já começou algo pensando que o momento mais feliz da jornada seria a chegada ao destino, ao objetivo, o que fosse? Nós, seres humanos, temos a terrível mania de colocar as nossas expectativas no fim, mas a felicidade em si está no trilhar, está em cada passo que damos, mesmo que pequenino. Saber aproveitar os momentos que a vida lhe proporciona para chegar ao seu objetivo é uma virtude. É claro que a felicidade não se apresentará de forma explícita o tempo todo e também que os momentos desafiadores, algumas vezes, farão tudo parecer muito difícil, mas é com esses desafios que adquirimos sabedoria. Esses momentos de desafio muitas vezes são vistos como empecilho para que a gente continue trilhando, como quando, nas peregrinações, surgem as bolhas ou dores musculares, por exemplo. Nas primeiras vezes, elas parecem cortar os pés, elas judiam e nós cedemos, quando percebemos que é necessário pausar. As vezes administramos e seguimos adiante. É tudo questão de escolhas e decisões de momento. O mesmo acontece com esses obstáculos que vão surgindo nas nossas vidas, no nosso caminho. É aí que aprendemos que, diante de todos os desafios e obstáculos, nós precisamos aprender a respirar, recuperar o fôlego e continuar apesar dos pesares. Na minha peregrinação pela Via Francigena, eu cheguei ao sétimo dia muito desgastado e ainda assimilando o desafio da rota escolhida. Nesse exato dia, me veio à cabeça que ainda restavam 28 dias de caminhada pelo plano traçado. Entrei em colapso no primeiro momento e logo imaginei: se eu estou nessas condições agora, no início da rota, e ainda tenho “todo” o Caminho de Santiago pela frente (alusão aos 28 dias de peregrinação no Caminho de Santiago) como eu conseguirei finalizar esse desafio? Busquei respirar sempre profundamente e olhar pra frente e segui adiante, enfrentando todos obstáculos que foram surgindo, sendo flexível e resiliente, confiante e otimista. Os dias foram passando, os desafios superados e quando eu cheguei no 28º dia de peregrinação, eu agradeci por ainda restarem mais sete dias pela frente. Eu, comparando com o Caminho de Santiago, finalizaria naquele dia e foi então que eu me dei conta de como o caminho me deu lições e de como eu agradeci e vivenciei cada uma delas, de forma intensa e principalmente feliz. Foi hora de não só agradecer pelos sete dias restantes e sim, continuar a fazer o que vinha fazendo, sendo feliz em cada passo que eu dava! Quando atravessamos esses momentos que parecem assustadores, vemos que depois de vencidos, mostram o quão resiliente podemos ser e o quanto ainda temos que aprender com as lições da vida. Passo após passo a felicidade vem surgindo e fazendo morada, pois com sabedoria você atravessará o caminho com muito mais segurança. Independente da situação ser fácil ou desafiadora, use-a como um degrau. Entenda que em muitas vezes, lá na frente, você estará rindo de si mesmo. É necessário se fazer presente nessas situações e entender que isso é parte da jornada. E é aí que está a felicidade. Enfim, não se amedronte diante dos desafios e jamais desanime. Lembre-se que estes momentos existem para nos ensinar que, depois de tanto aprender e lutar, a felicidade está conosco, basta saber olhar da perspectiva correta.

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